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Provavelmente a melhor série lançada em 2015*, Mr. Robot teve a exibição do episódio final da primeira temporada adiado. Isso porque, conforme divulgado pelo canal USA Network, o tal episódio (que iria ao ar ontem à noite) traz uma cena que se parece muito com os assassinatos ocorridos na Virginia, EUA, ontem pela manhã. Daí – em respeito às famílias e amigos das vítimas – a emissora decidiu adiar a exibição para a próxima semana. Uma pena, claro, mas ainda dentro da lógica da série: diferente das outras, seu episódio piloto foi exibido com meses de antecedência no prestigioso SXSW Film Festival, no qual levou o Prêmio do Público; pouco tempo depois o mesmo já estava disponível para baixar via torrent, acessível a todo o resto do planeta. Nada mais natural, portanto, que o Season Finale tenha sua lógica de exibição alterada – ainda mais por conta de uma tragédia.

 

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Pra quem não sabe, a série (desde já uma das mais elogiadas do ano) acompanha o desenrolar de um ambicioso plano arquitetado por hackerativistas que pretendem – através de ataques coordenados junto a outros grupos – colocar a baixo uma grande corporação que explora trabalhadores e cidadãos em prol de sua permanência no mercado. Além de influências visuais/temáticas retiradas de Macbeth, de William Shakespeare, e Psicopata Americano, de Bret Easton Elliot, V de Vingança, de Alan Moore, a série também traz referências evidentes à acontecimentos recentes (o escândalo da Enron, em 2001; a crise imobiliária norte-americana, em 2008; o ataque cibernético a Sony Pictures, em 2014; o ciberativismo dos Anonymous, vazamento de informações por Julian Assange, Chelsea Manning, Edward Snowden, etc) e – principalmente – aos filmes de David Fincher, tais como Clube da Luta, A Rede Social e Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres. Aliás, o diretor do premiado episódio piloto foi ninguém menos que Niels Arden Oplev, que levou às telas a versão sueca da saga de escrita por Stieg Larsson – e anos antes de Fincher dirigir a versão norte-americana do mesmo livro.

 

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Ainda sobre Fincher e Mr. Robot, outro fato curioso é que o próprio Clube da Luta também passou por uma situação parecida quando lançado aqui no Brasil, em 1999: na noite de 03 de novembro daquele ano, um atirador (o estudante de medicina Mateus da Costa Meira) entrou num cinema em São Paulo e – com uma submetralhadora 9mm portátil na mochila – atirou contra a plateia, matando 3 pessoas e ferindo outras 5. E naquele caso (tal como agora) mesmo que a obra audiovisual em si não tivesse muito (ou nada) a ver com a motivação dos crimes cometidos, ainda assim o filme foi retirado de cartaz de todas as salas do país logo na primeira semana de exibição. Por sorte eu o tinha assistido naquela tarde mesmo.

 

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Bem, mas já que temos que esperar até semana que vem pra saber o desfecho da trama, vale postar aqui uma das INÚMERAS músicas incríveis que fazem parte da trilha sonora da série, que tem desde preciosidades como Mozart, Beethoven e The Cure, à vozes conhecidas e bem diferentes umas das outras – tais como as de Maria Callas, Nancy Sinatra e TKA Twigs -, muita música incidental eletrônica composta por Mac Quayle que dá todo o clima à trama (as referências aos filmes de Fincher?! De novo aqui…), sem falar de uma versão para piano de uma música do Pixies (sim, um cover de Where Is My Mind – aquela mesma música que surge bem no final de Clube da Luta…). E tem essa daqui: uma delícia sonora de uma banda chamada Perfume Genius e que sublinha um dos momentos altos da trama:

 

 

Então fica aí a dica. Na próxima quarta, dia 02/09, saberemos finalmente qual o desfecho dado a essa primeira temporada. Apenas o primeiro – eu espero – de muitos desdobramentos dessa história. (os episódios estão todos disponíveis em HD para baixar via Torrent, e o próximo estará online poucas horas depois, com certeza)

 

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* Tenho uma peça chamada Último Andar (2013) cujo ponto de partida da premissa é muito parecido com a de Mr. Robot, então não foi muito difícil pra eu me encantar pela trama. Mas além disso, a série tem várias qualidades, tais como roteiro e direção precisos, atuações maravilhosas, uma fotografia cheia de enquadramentos estranhos e extremamente cuidadosos (dá uma olhada nesse vídeo AQUI), uma trilha sonora e montagem hipnotizantes… Enfim, por tudo isso é que a narrativa tem – na minha opinião – todos os elementos que a tornam, no mínimo, viciante.

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